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Sobre o Livro

à toa em San Pedro é o quarto volume de poemas de Charles Bukowski publicado pela Spectro Editora, fechando a tetralogia que compõe, no conjunto, a obra Open All Night.

Serve como um fecho pessimista, digno dos finais abruptos de seus poemas. Pessimismo que nunca o abandonou, mesmo quando já cercado de fortuna, às vezes disparando rajadas raivosas, com em onde enfiar, quando diz, “não me culpe pelo mundo fervilhando de assassinos./ não me culpe se você é um deles./ culpe seu pai./ culpe a igreja da esquina”, ou ironizando em Chinaski, “ele está em um pequeno quarto de novo, / sempre em um pequeno quarto, fechando a porta, / trancando o mundo / do lado de fora.”

Pessimismo e ironia que estão na aranha esmagada em problemas na noite, no médico que reclama da paciente que não morre em meu médico, ou na massacrante rotina dos prédios cheios de gente em telefones.

A capa conta com arte especialmente desenhada por Frank Maia e a ilustração interna segue o padrão dos livros anteriores com o tracional cinzeiro-com-copo feito por Rodrigo Véras.

A tradução, a exemplo dos livros anteriores, procurou primar pela exatidão dos termos, procurando sempre correlatos no português para os termos de gíria do inglês. Evitou-se recorrer à notas de rodapé, embora em dois casos tenham sido necessárias. Procurou-se manter a coloquialidade e a oralidade.

A tradução foi feita por Fabio Soares e Gerciana de Espíndola

Assim como as edições anteriores da Spectro, cada exemplar é numerado, o que o torna único.

Além deste livro a Spectro Editora publicou ainda Hino da Tormenta (Charles Bukowski, 2003), Dia de morrer aos poucos (Sigval Schaitel, 2004), Tempo de vôo para lugar algum (Charles Bukowski, 2004) e Vida Desalmada (Charles Bukowski, 2006). Pode-se entrar em contato com a editora pelo site www.spectroeditora.com.br

Sobre o Autor

Charles Bukowski (1920-1994) é um dos poetas mais influentes da atualidade. Com mais de 60 livros publicados, e a maior parte de sua obra ainda inédita sendo lançada postumamente, Bukowski retrata o mundo com pessimismo e coloquialidade.

Embora sua fama no exterior seja como poeta, sua poesia é ainda muito pouco conhecida e difundida no Brasil, onde a maior parte do que chegou foi a prosa. Seu verso é de estilo simples, o que no entanto não quer dizer desleixado. Pode-se notar em toda sua obra essa busca pela linguagem falada como um elemento importante na forma como Bukowski constrói cenas nítidas e vívidas. Ele é, acima de tudo, um contador de casos, e as linhas curtas e quebradas da poesia lhe fornecem o meio ideal para a concisão de suas histórias, o que aumenta ainda mais seu poder narrativo.

Bukowski foi sim contemporâneo da poesia Beat e se beneficiou em muito dela para a divulgação dos seus poemas, mas no conjunto da obra há um projeto narrativo diferente em Bukowski. Ele próprio sinaliza essa diferença algumas vezes, como no poema O que precisamos, do livro Tempo de vôo para lugar algum, onde o alvoroço do poeta beatnik contrasta com o agradável silencio da geladeira. Essa ironia sutil e fria, que prefere a solidão ao convívio com outras pessoas é marca recorrente na poesia de Bukowski e aparece de modo ainda mais pessimista no à toa em San Pedro. Bukowski é um outsider, alguém que não faz parte da sociedade porque se recusa a se integrar na sociedade, um estrangeiro onde quer que esteja.

É sob esse olhar de alguém que não pertence àquela sociedade, que Bukowski irá contar seus casos e expor sua preferência pelos que vivem à margem na sociedade. Seus poemas vão do melancólico e contemplativo a histórias de bares, bêbados, mulheres e fracassados, passando pelo beisebol, corridas de cavalos, fortuna e tanstornos cotidianos, como no poema problemas na fila do caixa, incluso no à toa em San Pedro, onde ele conclui: “o quer precisamos é o que queremos e / o que queremos / tem muito pouco a ver / com qualquer outra / coisa”.



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